domingo, 23 de outubro de 2016

O Presente

Este é um lindo curta metragem de animação alemão, baseado em uma história em quadrinho do brasileiro Fabio Coala. Neste link, você encontra uma ótima matéria do Terra Zero sobre o filme.

 

terça-feira, 20 de setembro de 2016

Requisitos para ser uma pessoa normal


Este é um daqueles filmes que é puro clichê, mas tudo bem. É divertido de assistir -- pelo menos enquanto o casal principal está na tela. Me fez pensar sobre como nos tornamos normais ao longo da vida. Como vamos nos ajustando aos poucos

Frequentemente tenho na mente o pensamento (e o medo) sobre como vamos nos transformando em adultos, velhos, profissionais etc... Sem perceber. Deixamos de ser vanguarda e passamos a ser conservadores. Relembrando nossa infância/juventude, vamos nos ajustando às novas condições de nosso corpo e nossa alma, reveladas pelo aprendizado de nossas experiências e pelo inevitável relógio do desenvolvimento biológico. O que era lúdico, passa a ser apenas tedioso, nos resta somente a lembrança de como aquilo era bom. Ganhamos, então, novas necessidades, porque bolinhas de sabão já não são mais tão interessantes. Bom é beijar na boca. Então, beijar na boca já não é mais tão bom assim, porque quem gosta de beijo na boca é adolescente, o que adulto gosta mesmo é 'transação aceita'... e 'é cada cozinha modulada que faz brilhar os olhos' (coisas do Facebook).

E tem o roteiro da vida: vejo meus amigos héteros, seguindo-o; conhecem sua mulher/marido, casa, a mulher é quem cuida da casa, tem filhos, é ela também quem cuida dos filhos, maridos a traem... Aquela velha história que conhecemos, com muito discurso feminista no meio (mas é só discurso mesmo). Tornam-se casais normais. Não posso negar, contudo, que existe uma grande diversidade de possibilidades, mas ainda são exceções, somos mesmo guiados por esse ideal da família feliz. Até nós, homossexuais, caímos nesta mesmice e acreditamos no 'felizes para sempre', lutamos para poder ter o direito ao casamento, à adoção. Me pergunto o quanto dessa necessidade é biológica e o quanto é pura imposição cultural.

É certo que viramos adultos, passamos a fazer parte de uma cultura própria da vida adulta. Nosso pensamento já não é idealista, romântico, passamos a ser pragmáticos. A ciência pela ciência deixa de ser seu objetivo maior, o importante mesmo é publicar, suas metas tornam-se não desvendar os mistérios da natureza, mas sim, publicar na Science. A realidade bate na porta e você quer cumprimentá-la a todo custo. Não precisa ser o emprego dos sonhos, basta ter um salário digno, e o importante é mesmo a mensagem 'transação aceita'. E algumas compensações pelos sonhos não realizados. Já não lembramos mais dos pensamentos idealistas, fomos engolidos por essa nova cultura, nos tornamos normais.

A verdade é que somos seres sociais, precisamos mesmo nos ajustar, ser normais. O quanto normal seremos? 100%, 90%, 30%... Não importa! Sempre teremos aquela nossa lista de requisitos para ser normal - variando um pouco ao longo das diferentes culturas e subculturas - e tentaremos nos encaixar, mesmo se discursarmos o contrário. Eu quero ser normal. Você não?


domingo, 14 de fevereiro de 2016

Lista de Filmes Para Quem Gosta de Psicologia

1 – 10 horas até o Paraíso:
2 – 4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias:
3 – A Caça:
4 – A Experiência:
5 – A História de Adèle H. :
6 – A Invenção da Psicanalise:
7 – A Mulher do Lado:
8 – A Pele que Habito, Pedro Almodóvar:
9 – A Professora de Piano, Michael Haneke:
10 – A Separação , Asghar Farhadi
11 – A solidão dos números primos, Saverio Costanzo
12 – A Teia de Chocolate, Claude Chabrol
13 – As Chaves de Casa, Gianni Amelio
14 – Acusado, Jacob Thuesen
15 – Adam, Max Mayer
16 – Afterschool, Antonio Campos
17 – Almas Gêmeas, Peter Jackson
18 – Amnésia , Christopher Nolan
19 – Amor e Restos Humanos, Denys Arcand
20 – Andarilho, Cao Guimarães
21 – Angst, Gerald Kargl
22 – Anticristo, Lars von Trier
23 – Aos Nossos Amores, Maurice Pialat
24 – Apocalypse Now, Francis Ford Coppola
25 – As Virgens Suicidas, Sofia Coppola
26 – Através de um Espelho, Ingmar Bergman
27 – B. F. Skinner
28 – Beleza Americana, Sam Mendes
29 – Bem Me Quer, Mal Me Quer, Laetitia Colombani
30 – Bem-Vindo à Casa de Bonecas, Todd Solondz
31 – Ben X, Nic Balthazar
32 – 21 Gramas:
33 – Baise-moi, Virginie Despentes, Coralie
34 – Betty Blue, Jean-Jacques Beineix
35 – Bicho de Sete Cabeças, Laís Bodanzky
36 – Blood on the Moon, Robert Wise
37 – Brilho Eterno De Uma Mente Sem Lembranças, Michel Gondry
38 – Bullying, Josetxo San Mateo
39 – Camisa de Força , John Maybury
40 – Cartas a um irmão, Natália Torres
41 – Christiane F, Uli Edel
42 – Cidade dos Sonhos, David Lynch
43 – Cisne Negro, Darren Aronofsky
44 – Clube da Luta, David Fincher
45 – Como Esquecer, Malu De Martino
46 – Cova Rasa, Danny Boyle
47 – Dá Para Fazer, Giulio Manfredonia
48 – Daisy Diamond, Simon Staho
49 – Dançando no Escuro, Lars von Trier
50 – De Punhos Cerrados, Marco Bellocchio
51 – Desejos Femininos, Susan Streitfeld
52 – Dogville, Lars von Trier
53 – Donnie Darko, Richard Kelly
54 – Dzien swira, Marek Koterski
55 – Elling, Petter Næss
56 – Em Nome da Razão, Helvecio Ratton
57 – Embriagado de Amor, Paul Thomas Anderson
58 – Encaixotando Helena, Jennifer Chambers Lynch
59 – Ensaio de Um Crime, Luis Buñuel
60 – Equus, Sidney Lumet
61 – Eraserhead, David Lynch
62 – Era Uma Vez Eu, Verônica, Marcelo Gomes
63 – Esse Obscuro Objeto do Desejo, Luis Buñuel
64 – Esse Mundo é dos Loucos, Philippe de Broca
65 – Estamira, Marcos Prado
66 – Eu Matei Minha Mãe, Xavier Dolan
67 – Exótica, Atom Egoyan
68 – Fale com Ela, Pedro Almodóvar
69 – Festa de Família, Thomas Vinterberg
70 – Freud – Além da Alma, John Huston
71 – Freud e a Psicanálise: Fundadores do Pensamento no Século XX, n.d
72 – Garden State, Zach Braff
73 – Garota, Interrompida, James Mangold
74 – Géminis , Albertina Carri
75 – Geração Prozac, Erik Skjoldbjærg
76 – Ginger & Rosa, Sally Potter
77 – Gritos e Sussurros, Ingmar Bergman
78 – Habemus Papam, Nanni Moretti
79 – Happiness, Todd Solondz
80 – Harold and Maude, Hal Ashby
81 – Império dos Sentidos, Nagisa Ôshima
82 – Império dos Sonhos, David Lynch
83 – John Não é Louco, Produzido pela BBC
84 – La luna, Bernardo Bertolucci
85 – Laranja Mecânica, Stanley Kubrick
86 – Lições particulares, Joachim Lafosse
87 – L’enfer, Claude Chabrol
88 – Magnólia, Paul Thomas Anderson
89 – Mar Adentro, Alejandro Amenábar
90 – Martha Marcy May Marlene, Sean Durkin
91 – Mary e Max: Uma Amizade Diferente, Adam Elliot
92 – Medo do Medo, Rainer Werner Fassbinder
93 – Melancolia, Lars von Trier
94 – Mentes que Brilham, Jodie Foster
95 – Minha Vida em Cor-de-Rosa, Alain Berliner
96 – Mistérios da Carne, Gregg Araki
97 – Mônica e o Desejo, Ingmar Bergman
98 – Mulheres Diabólicas, Claude Chabrol
99 – Nascido Para Matar, Stanley Kubrick
100 – Não Amarás, Krzysztof Kieslowski
101 – Não Matarás, Krzysztof Kieslowski
102 – Nell, Michael Apted
103 – No espaço não existem sentimentos, Andreas Öhman
104 – Nós Não Envelheceremos Juntos, Maurice Pialat
105 – Notas Sobre um Escândalo, Richard Eyre
106 – Numb, Harris Goldberg
107 – O Abrigo, Jeff Nichols
108 – O Alucinado , Luis Buñuel
109 – O Anjo Exterminador, Luis Buñuel
110 – O deserto vermelho, Michelangelo Antonioni
111 – O Enigma de Kaspar Hauser, Werner Herzog
112 – O Garoto de Bicicleta, Jean-Pierre Dardenne, Luc Dardenne
113 – O gato desaparece, Carlos Sorin
114 – O Homem Elefante, David Lynch
115 – O Mestre, Paul Thomas Anderson
116 – O Mundo de Leland, Matthew Ryan Hoge
117 – O Operário, Brad Anderson
118 – O Poder do Mito, Bill Moyers
119 – O quarto de Leo, Enrique Buchichio
120 – O Quarto do Filho, Nanni Moretti
121 – O Sétimo Continente, Michael Haneke
122 – O Sopro do Coração, Louis Malle
123 – O Vídeo de Benny, Michael Haneke
124 – Ondas do Destino, Lars von Trier
125 – Os Famosos e os Duendes da Morte, Esmir Filho
126 – Os Idiotas, Lars von Trier
127 – Oslo, 31. august, Joachim Trier
128 – Paixões Que Alucinam, Samuel Fuller
129 – Passageiros da Segunda Classe, Luiz Eduardo Jorge, Kim-Ir-Sen
130 – Passion, Brian De Palma
131 – Perfume – A História de um Assassino, Tom Tykwer
132 – Persona, Ingmar Bergman
133 – Pi, Darren Aronofsky
134 – Precisamos Falar Sobre o Kevin, Lynne Ramsay
135 – Procurando Elly, Asghar Farhadi
136 – Psicose, Alfred Hitchcock
137 – Quando Fala o Coração, Alfred Hitchcock
137 – Quando Fala o Coração, Alfred Hitchcock
139 – Repulsa ao Sexo , Roman Polanski
140 – Réquiem Para um Sonho, Darren Aronofsky
141 – Segredos de Sangue, Chan-wook Park
142 – Snowtown, Justin Kurzel
143 – Sob a Areia, François Ozon
144 – SOMA – Uma Terapia Anarquista, Nick Cooper
145 – Sonata de Outono, Ingmar Bergman
146 – Spider – Desafie Sua Mente, David Cronenberg
147 – Stroszek, Werner Herzog
148 – Sybil, Daniel Petrie
149 – Tempo de Despertar, Penny Marshall
150 – Temple Grandin, Mick Jackson
151 – The Pervert’s Guide to Cinema, Sophie Fiennes
152 – The other side of the underneath, Jane Arden
153 – Thumbsucker, Mike Mills
154 – Tideland, Terry Gilliam
155 – Vestígios do Dia, James Ivorya
156 – Vida em Família, Ken Loach
157 – Violência Gratuita, Michael Haneke


Fonte: http://www.tudosobrepsicologia.com.br/outros/filmes-da-psicologia/lista-dos-157-filmes-para-quem-ama-psicologia

domingo, 3 de janeiro de 2016

Os estagiários e as mudanças



Ontem a noite, antes de dormir, assisti a esse filme que já entrou pra minha lista dos filmes que chamo leves. Ele se junta a diversas animações e filmes como Um Lugar Chamado Nothing Hill, Legalmente Loira, O fabuloso destino de Amelie Poulain, etc. São filmes que tem protagonistas carismáticos e me fazem sorrir e chorar (de alegria), e que continuarão agradáveis mesmo que eu os reveja cinquenta vezes.  

Às véspera de mudar de cidade - na verdade, é um retorno - foi inevitável ver com relevância um dos temas apontados no filme: o medo da mudança. Eu não sou o tipo que adora surpresas que se lança facilmente diante do desconhecido, mesmo para coisas banais como experimentar novos sabores. Mas, vamos combinar, a vida exige isso da gente, como diz o velho adágio, para continuarmos o mesmo é preciso mudar. Entretanto, sou resistente às mudanças, pra ser sincero, sou resistente às mudanças bruscas e inesperadas. Sempre fico zangado, por exemplo, quando pego carona com meu pai para um determinado lugar mas no meio do caminho ele toma nova direção. Isto é tão irritante. Também não gosto de trocar o meu busão-de-cada-dia por carona. Pensando bem, consigo aceitar e até abraçar mudanças significativas, que levam a melhoria de produtividade, conforto, ou a uma organização mais eficiente. Percebi isso porque é algo incomum no ambiente que trabalho, o serviço público, onde as pessoas gostam de acomodações, do jeito antigo de se fazer, enquanto eu lamento isto.

Mudar é inevitável! Apesar das lamentações que faço, também não estou imune a isso. Assim como os personagens de Os estagiários. Nick e Billy são 'dinossauros' que trabalham numa empresa que vende relógios, mas de repente a empresa fecha porque agora tudo é computadorizado e todo mundo vê as horas pelos smartphones. Eles acabam no programa de estágio do Google, mesmo sem saber nada sobre computadores. Pois é! O Google é um símbolo de mudanças profundas que aconteceram na nossa sociedade com a chegada da internet. É uma empresa que abraça mudanças, até mesmo na maneira de organizar o espaço e métodos de trabalho. Desesperados, Nick e Billy se adaptaram sem perder sua essência. Na vida, não sei se é bem assim que acontece.

Como disse, trabalho no serviço público e gosto disso, porque sei que tenho estabilidade, além de estar numa universidade, que é o meu lugar. Apesar disso, não pretendo fazer uma carreira no cargo que ocupo atualmente, porque não tem valorização financeira, nem reconhecimento e minha formação é superior às tarefas que executo. Estando lá, eu consigo antever muito do que me espera, eu já vivo muito daquela realidade. Lá nós temos muitos dinossauros e de todas as espécies. A parte triste é que a estabilidade à qual me sinto grato também vale para eles e isto torna tudo mais difícil. Isso faz eu me perguntar: será que eu me tornarei um dinossauro? Ou será que permanecerei uma pessoa flexível? A estas perguntas não tenho resposta, só o tempo dirá.